“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.” (Isaías 55:8)
“Um homem que transportava água na Índia
tinha dois grandes jarros. Ele carregava um em cada ponta de uma madeira
apoiada sobre a nuca. Um dos jarros estava trincado, ao passo que o outro era
perfeito. Este sempre chegava cheio de água ao fim da longa caminhada do riacho
até a casa do patrão do carregador. O jarro trincado chegava com água só pela
metade. Todos os dias, durante dois anos, o carregador chegava apenas com um
jarro e meio de água.
O jarro perfeito tinha orgulho de suas
realizações, pois cumpria com excelência o propósito para o qual tinha sido
feito. Mas o pobre jarro trincado tinha vergonha de sua imperfeição e sentia-se
abatido por ser capaz de realizar apenas metade da tarefa para a qual tinha
sido feito.
Infeliz, depois de dois anos considerando
isso um triste defeito, um dia o jarro falou ao carregador junto ao riacho:
– Tenho vergonha de mim mesmo e quero
pedir-lhe desculpas.
– Por quê? De que você sente vergonha?
– Durante os dois últimos anos tenho sido
capaz de chegar com apenas metade da minha capacidade, porque essa trinca no
meu lado faz que a água vaze por todo o caminha de volta à casa do seu patrão.
Por causa dos meus defeitos, você tem de ter todo esse trabalho e não obtém o
melhor resultado dos seus esforços.
O carregador teve pena do velho jarro
trincado e disse em sua compaixão:
– Quando estivermos voltando, quero que você
observe as lindas flores ao longo do caminho.
De fato, ao subirem a colina, o jarro
trincado observou belas flores do campo que estavam ao lado da trilha,
brilhando sob os raios de sol, e essa visão o animou um pouco.
Mas no final da trilha, ele ainda se sentia
mal por perder metade da água e, por isso, desculpou-se novamente com o homem.
O carregador disse então ao jarro:
– Você percebeu que havia flores somente do
seu lado do caminho e não do lado do outro jarro? Eu sempre soube do seu
defeito e o usei para algo bom. Joguei sementes de flores no seu lado do
caminho, e todos os dias, enquanto fazíamos nosso percurso de volta do riacho,
você as regava. Durante dois anos pude colher lindas flores para enfeitar a
mesa do meu patrão. Se você não fosse do jeito que é, ele não teria essas
lindas flores para alegrar a casa.”
O jarro estava
partindo da premissa de que o propósito único de sua existência era transportar
água do riacho para a casa. Preso a sua estreita autodeterminação, o jarro "com
defeito" não havia percebido o propósito maior de Deus para ele: fazer germinar
as sementes de flores que haviam sido lançadas ao londo do caminho.
Por acaso essa
visão limitada não ilustra nossa própria situação? Fazemos planos para cumprir
o que achamos ser o propósito de nossa vida (inevitavelmente limitado), e
quando a locomotiva de nossos anseios sai dos trilhos, consideramo-nos um
fracasso.
Nosso
desencanto nasce do fato de que pressupomos saber as consequências de atos
específicos que praticamos. O jarro trincado não tinha a menor ideia de seu
propósito de produzir vida.
Confie em Deus e assim creia que
nEle você tem tudo o que precisa para viver a vida em sua plenitude.
“Porque assim
como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais
altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os
vossos pensamentos.” (Isaías 55:9).
Apesar de nossas trincas físicas,
limitações intelectuais, mazelas emocionais e fissuras espirituais, a
providência divina nos prepara em Cristo Jesus, para cumprirmos o propósito singular de nossa
existência.
“O caminho de Deus é perfeito, e a palavra do SENHOR
refinada; e é o escudo de todos os que nele confiam.” (2
Samuel 22:31).
A Palavra declara que o amor cobre
multidões de pecados. Confie em Jesus, confie no amor que dEle provém, confie na Palavra de Deus. Com todas as suas trincas e
fissuras, você, por intermédio de Cristo, é capaz de coisas grandiosas no novo
Israel de Deus.
Deus abençoe você e sua família,
em Nome de Jesus.
(Baseado em trecho do livro de Bennan Manning - Confiança Cega)
(Baseado em trecho do livro de Bennan Manning - Confiança Cega)